Impacto da toxicodependência na parentalidade





Impacto da toxicodependência na parentalidade e
saúde mental dos filhos - Uma revisão bibliográfica
Teresa Muchata, Carla Martins
Artigo recebido em 13/01/10; versão final aceite em 01/03/10.

 

 

 

A intervenção para a promoção de

uma parentalidade saudável, enquanto

prevenção ao nível da saúde mental dos

filhos de toxicodependentes

 

Esta revisão bibliográfica centra-se nos efeitos da toxicodependência
ao nível da parentalidade e da saúde mental das crianças e
adolescentes, filhos de progenitores toxicodependentes. 

Os factore de risco e os factores protectores apontados pela literatura como estando associados a esta problemática serão também abordados.
Terminamos com uma apresentação do tipo de intervenção que tem sido levada a cabo para a promoção de uma parentalidade adequada e da saúde mental das crianças e adolescentes.

Considerando que a intervenção neste âmbito se situa a
um nível preventivo, destinada a minimizar riscos e danos
nos filhos, faz sentido esclarecer de que prevenção se trata, sem no entanto o fazer em profundidade, pois não é esse um dos objectivos deste trabalho. Tendo em conta os tipos de prevenção de Meili (2004), referenciado em EMCDDA Thematic Papers (2009), estamos perante uma Prevenção Indicada. Trata-se de uma abordagem preventiva voltada para aqueles com alto risco de desenvolvimento de problemas posteriores, também podendo ser relacionados com abuso ou dependência
de drogas. As acções podem ser dirigidas à interacção pai/criança ou à criança (ou adolescente)
com manifestações problemáticas.


No que diz respeito à intervenção, propriamente dita, a evidência empírica vai em dois sentidos. 
Por um lado, no sentido do apoio aos pais toxicodependentes para o desenvolvimento de uma parentalidade saudável,apoio na relação pai/mãe-filho e, por outro, apoio directo aos filhos.
Considerando que a intervenção para uma parentalidade saudável terá como consequência fazer diminuira existência de problemas nos filhos de toxicodependentes, os resultados de alguns estudos vão no sentido de que os programas de tratamento dospais devem ser centrados em mostrar como os comportamentos
parentais, tais como o uso de drogas e a
pobre relação pai-criança, contribuem para problemas
de comportamento, incluindo o abuso de drogas ilícitas
(Burkhart, 2000; Castro, Brook, Brook & Rubenstone,2006). 


Daí que esses programas deveriam mostrar que o uso de drogas compromete a responsabilidade de ser
pai e deveriam centrar-se no desenvolvimento da parentalidade adequada, como algo importante no papel do homem, promovendo uma relação próxima pai-filho
(Brook, Brook, Richter, Whiteman, Mireles, & Masci, 2002; McMahon & Rounsaville, 2002; McMahon, Winkel, Suchman, & Rounsaville, 2007; McMahon, Winkel & Rounsaville, 2008).




Contactos :
Teresa Muc hata
Psicóloga Clínica
IDT – DRN – CRI de Braga / ET de Braga
Rua Conselheiro Januário, 152
4700 Braga
253008690
E-mail: teresa.muchata@idt.min-saude.pt
Car la Martins
Professora Associada
Escola de Psicologia
Universidade do Minho
Campus de Gualtar
4710-057 Braga
E-mail: cmartins@iep.uminho.pt 


 IN
REVISTA TOXICODEPENDÊNCIAS | EDIÇÃO IDT | VOLUME 16 | NÚMERO 1 | 2010 | pp. 47-56

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